Mobilização destacou resultados da Lei Maria da Penha, que completou 11 anos neste mês
A Rede Praça deste mês foi às ruas do Campo Limpo conscientizar a população sobre a violência contra a mulher, comemorando os resultados alcançados com os 11 anos da Lei Maria da Penha e alertando sobre a importância da denúncia e a proteção das mulheres.
Debate em sala de aula e conscientização

O Projeto Arrastão vem atuando tanto interna como externamente o tema da violência contra a mulher. A equipe social vem desenvolvendo ações nas comunidades da região do Campo Limpo voltada para o esclarecimento das mulheres sobre os seus direitos, formas de denúncia e meios de se protegerem.
Na comunidade Atucupê, por exemplo, foi realizado com crianças e mulheres uma roda de conversa focada no tema, que destacou estratégias de identificação da violência doméstica.
“Aceitar a condição de violência é uma das tarefas mais difíceis para iniciar o processo de transformação e interrupção dessa violência. Eventos como a Rede Praça e as rodas de conversa em comunidades proporcionam este empoderamento feminino para o combate à violência doméstica”, avaliou a psicóloga do Projeto Arrastão, Bruna Eveline.
Na Educação Infantil, que possui creche para crianças de 1 a 3 anos e 11 meses, o assunto foi debatido com mais sutileza, procurando trazer depoimentos dos educandos. Eles criaram cartazes com frases trabalhadas em sala de aula.
Já no Centro da Criança e Adolescente, que atende de 6 a 14 anos, o foco do debate ficou no silenciamento da vítima, muitas vezes em razão do medo. Por isso, eles fizeram cartazes com as frases “Socorro”, “Eu ligo para quem?” e “A vida começa quando a violência termina”, por exemplo, e colocaram adesivos em formato de X na boca.
“Nós procuramos sensibilizar e conscientizar as crianças sobre a violência doméstica, e quando identificamos isso em suas casas, chamamos a família para uma conversa individual. Nosso trabalho é preventivo! Procuramos encerrar o processo de violência no dia a dia deles, explicando que o diálogo é o caminho”, explicou Solange Aparecida, coordenadora do CCA Projeto Arrastão.

A vida e a luta de Maria da Penha, que também foi vítima de violência por 23 anos, e posteriormente sua empreitada para a promulgação da lei, foi amplamente trabalhada com o CCA, dando foco na importância da denúncia via 180. Dessa forma, muitos cartazes destacaram essa questão.
O Programa da Juventude, por sua vez, trabalhou a vida de Maria da Penha e a resistência das mulheres vítimas de violência. “A mulher (r)existe” e “A mulher que tirou o silêncio dos inocentes” traziam a mensagem dos jovens nas ruas do bairro.
Foto: Laio Rocha / Projeto Arrastão
Diversas pessoas que transitavam pelas ruas ou dos empreendimentos da região pararam para fazer coro com a passeata.
A Lei Maria da Penha e a violência contra a mulher
A Lei Maria da Penha foi promulgada em 7 de agosto de 2006, apesar disso a violência contra as mulheres no Brasil não atenuou. Ao contrário, dados do Instituto Datafolha e do Fórum de Segurança pública provaram que a cada 2 segundos uma mulher é vítima de violência, seja física, verbal, moral ou patrimonial.
Neste período de aplicação, o Disque 180, de atendimento às mulheres vítimas de violência, já fez mais de 5 milhões de atendimentos.

Essa triste realidade foi destacada pelo Instituto Maria da Penha através do Relógio da Violência, projeto que faz uma contagem do número de vítimas por dia. Além disso, apresenta as diferentes formas de violência, o ciclo de agressões e como as mulheres podem denunciar.
Assim, a conscientização da população é fundamental para que esse processo crescente de violência acabe, e as crianças, adolescentes e jovens não os reproduzam.
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